Após um
primeiro contato com o universo filosófico é inevitável perguntar se existe ou
existiu algum filósofo brasileiro. Fala-se muito dos pensadores gregos antigos,
do eixo europeu Alemanha-França-Inglaterra e, recentemente, de pensadores da
América do Norte, mas há a visão de que nada novo e original é produzido por
aqui.
É certo que a história da
filosofia não está finalizada. A todo instante, novas ideias surgem e no Brasil
não poderia ser diferente. A existência de intelectuais no Brasil não é algo recente.
Dentre as diversas mentes brasileiras é possível destacar alguns nomes.
Mário Ferreira dos Santos
(1907-1968), paulista, tem uma grande obra publicada em mais de cem volumes. Em
seu pensamento, formado pela pluralidade de influências, destaca-se o que
chamou de Filosofia Concreta, em um livro com o mesmo nome. Para ele, é preciso
superar a abstração filosófica que resultou da fragmentação do conhecimento.
Após a análise dos diversos pedaços do conhecimento, como matemática, ética,
política, economia, ciência, metafísica, existência, etc. era preciso reunir
este conhecimento num conjunto. Assim, é preciso através do método dialético
concreto observar os objetos de perto e depois se afastar para chegar a uma
ideia do todo concreto.
Miguel
Reale (1910-2006), paulista, inovou o pensamento acerca da Filosofia do Direito
com a Teoria
tridimensional do direito. Após séculos de discussões no campo do
Direito, com argumentos retóricos e pouca profundidade na discussão, a obra de
Reale delimita a discussão e apresenta uma nova forma de pensar. Para ele, é
preciso pensar o direito a partir de três dimensões: a do fato, a do valor e a
da norma. Com isso, o fato visa pensar a partir do aspecto histórico e social,
o valor se relaciona com o que se pretende defender e a norma é o que faz a
relação entre fato e valor.
Henrique
Cláudio de Lima Vaz (1921-2002), padre mineiro, pensou sobre questões
humanistas. Influenciado por Tomás de Aquino (1225-1274) e Hegel (1770-1831),
Lima Vaz pensa a antropologia moderna como uma síntese da visão cosmocêntrica
grega e teocêntrica medieval, isto é, deixa-se de pensar a partir da ideia de
que o universo (kósmos)
é o centro, como também Deus (theos) deixa de ser o centro, para um novo momento de
colocar o homem (anthropos)
no centro, pensar o mundo a partir do homem.
Gerd Bornheim (1929-2002),
gaúcho, foi um dos que ajudaram na introdução e disseminação da filosofia de
Martin Heidegger (1889-1976) no Brasil. Escreveu sobre diversos temas e entre
eles acerca do que é filosofar, defendendo que filosofar é algo que pertence ao
interior do sujeito e não a estar presente em determinado meio ou cultura.
Sobre uma “filosofia à brasileira”, era crítico com relação à ideia de uma
filosofia nacional.
No
livro A
filosofia contemporânea no Brasil (1997), de Antônio Joaquim
Severino, outros nomes recebem destaque como: Fernando de Arruda Campos
(1930-atual), José Arthur Giannotti (1930-atual), Rubem Alves (1933-atual),
Sérgio Paulo Rouanet (1934-atual) e Hilton Ferreira Japiassu (1934-atual).
Outros nomes da filosofia
brasileira podem ser lembrados, como: Marilena Chauí (1941-atual), Roberto
Romano, Olavo de Carvalho (1947-atual) e Paulo Ghiraldelli Jr. (1957-atual).
A
filosofia conheceu certa popularização no Brasil, pois canais de televisão
veicularam programas de filosofia, como o quadro Ser ou Não Ser, com Viviane Mosé,
no Fantástico,
da Rede Globo. O canal GNT manteve a filósofa Márcia Tiburi (1970-atual) por
cinco anos em seu programa Saia Justa.
Filipe
Rangel Celeti
Colaborador Mundo Educação
Bacharel em Filosofia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie - SP
Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie - SP
Colaborador Mundo Educação
Bacharel em Filosofia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie - SP
Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie - SP
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